Nova crise política e as mesmas incertezas, marcam a gestão municipal em Embu-Guaçu.
Nova crise política e as mesmas incertezas, marcam a gestão municipal em Embu-Guaçu.
A cidade de Embu-Guaçu, na Região Metropolitana de São Paulo, vive mais um momento de instabilidade política desde o afastamento judicial do ex-prefeito Sargento Neres. A decisão, que ocorreu após investigações e processos ainda em andamento, abriu espaço para que o vice-prefeito, Neguinho do Conselho, assumisse a chefia do Executivo municipal.
Logo no início de sua gestão interina, Neguinho tomou uma decisão que chamou a atenção do meio político: convidou para integrar sua equipe o ex-adversário político Lisandro Ribeiro, que concorreu contra ele e contra Neres na última eleição municipal. Lisandro assumiu o cargo de secretário de Governo, função estratégica na administração, responsável por intermediar o diálogo com outras secretarias e também com lideranças políticas e comunitárias.
Passados alguns dias desde a mudança no comando da Prefeitura, moradores, servidores e representantes de diferentes setores afirmam que ainda não foram percebidas mudanças concretas em relação às gestões anteriores. Entre os problemas apontados, estão:
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Atrasos salariais em diferentes pastas, o que afeta a motivação e o rendimento dos servidores;
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Denúncias de intimidação e coação contra funcionários da área da educação;
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Descumprimento de compromissos políticos firmados com lideranças locais.
O Jornal Regional apurou que parte dessas insatisfações estaria relacionada à autonomia concedida por Neguinho ao secretário de Governo, Lisandro Ribeiro. De acordo com fontes internas, Lisandro tem exercido papel central em decisões estratégicas, o que estaria gerando divergências e desconforto entre outras lideranças políticas e até mesmo dentro da base aliada.
A situação, que já era considerada instável, ganhou novos contornos após a informação de que o ex-prefeito André Neres entrou com uma petição no Supremo Tribunal Federal (STF) buscando reverter seu afastamento e retornar ao cargo. A medida reacendeu a dúvida sobre quem, de fato, comandará a Prefeitura nos próximos meses.
Caso o pedido seja aceito, Embu-Guaçu poderá enfrentar mais uma troca no comando do Executivo em um curto espaço de tempo, o que traria impactos diretos na condução de políticas públicas e na execução de projetos em andamento.
A instabilidade política afeta não apenas os bastidores da Prefeitura, mas também o dia a dia da população. Atrasos no pagamento de salários prejudicam o funcionamento de serviços essenciais, já que muitos profissionais acabam desmotivados ou enfrentando dificuldades financeiras. Além disso, mudanças frequentes no comando dificultam a implementação de projetos de longo prazo, pois cada nova gestão tende a reavaliar ou modificar ações iniciadas anteriormente.
Especialistas em gestão pública alertam que períodos prolongados de instabilidade comprometem o planejamento administrativo e enfraquecem a confiança da população no poder público. A ausência de continuidade administrativa pode atrasar obras, prejudicar contratos e dificultar o acesso a recursos estaduais e federais.
Enquanto a população aguarda definições jurídicas e políticas, o momento é de expectativa e cautela. Servidores, comerciantes, lideranças comunitárias e vereadores acompanham de perto os desdobramentos da petição no STF e possíveis novas decisões judiciais.
O futuro político de Embu-Guaçu permanece indefinido, e a principal demanda de grande parte da população é por estabilidade administrativa, transparência e gestão eficiente dos recursos públicos. Em meio às incertezas, a cidade segue tentando manter seus serviços funcionando, enquanto as atenções continuam voltadas para os próximos capítulos dessa disputa política.


